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terça-feira, 30 de julho de 2013

Facebookização da sociedade

Ter Sociologia no 12º ano despertou a pequena socióloga que há em mim. Agora, vejo temas para estudos sociológicos em todo o lado, mas penso que o mais gritante será mesmo o Facebook e a facebookização da sociedade.

Não é preciso ser-se muito esperto para reparar, basta viver num país desenvolvido em pleno 2013 onde toda a gente - ou quase - tem uma página pessoal. No entanto, penso que esse ponto é o menos relevante. Redes sociais já existem há algum tempo, desde o MySpace ao Twitter, passando pelo Hi5. Mas nenhuma recebeu este boom que o Facebook tem.
A inovação em relação às redes sociais anteriores deve residir na facilidade da criação de páginas para empresas, pessoas públicas, etc. Funcionam quase como um segundo site (por exemplo, as páginas de Facebook das estações de rádio) ou então mesmo como única via de comunicação para com o público (como as páginas que fazem de loja online). A comunicação é mais directa, pois as publicações aparecem no feed de notícias pessoal. Dá para gostar, comentar, e até publicar. Quantas vezes é que Nuno Markl não diz n'O Homem Que Mordeu O Cão que foi um ouvinte que publicou algo na página do Facebook?
Talvez resida aí o fenómeno facebookiano da década de 10, na aproximação das pessoas às figuras públicas e no espírito de comunidade, como se fossemos todos iguais, com a hipótese de deixar por lá o seu próprio bitaite. Ou então, também no vício que provoca no dia a dia, e isto aqui foi auxiliado pelo fácil acesso à rede em qualquer lado, graças aos smartphones e aos serviços de internet móvel. Hoje em dia, há gosto em mostrar que se está em determinada praia, ou restaurante. Que se viu o pôr-do-sol em certo sítio ou que se foi andar de bicicleta. Com direito a marcação do local, quanto mais fashion e cool aparentar ser. É um "BigBrother" invertido, na medida em que, hoje em dia, fazemos questão em que as pessoas saibam onde andamos e com quem. Vivemos num modelo do panóptico voluntário. Mesmo as figuras públicas que escrevem noutras redes sociais, têm sempre uma aplicação qualquer que nos dá o link para o seu próprio Facebook.
Certamente que dentro de alguns anos teremos estudos a sério sobre isto, é ficar atento. O Facebook é um fenómeno social.

Inté.

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