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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Trauma pós-Cowspiracy

Com todo o burburinho que ia pelo Facebook do Manzarra, não consegui resistir e também fui ver o Cowspiracy. Bem... Sim, choca. Choca saber que a verdade não é o que nos contam, choca saber que as grandes ONGs ambientalistas não a sabem (ou não querem dizer) e, acima de tudo, choca-me o poder do lobbying (quando é favor de interesses pouco nobres).
Ora bem, sim, o filme mostra-nos verdades duras de ouvir, mas confesso que não senti a necessidade imediata de me tornar vegan. Ainda assim, é bom saber o custo das coisas que nos chegam à mesa. Durante muitos anos irritavam-me os fundamentalistas do vegetarianismo e similares, que me tentavam "converter" com a máxima da coitadinhização dos animais. Portanto, gostei da nova abordagem que o Cowspiracy trouxe. Em suma, parem de os comer, se querem ter planeta para viver. E se eu também pensava que era um insulto para quem passava fome uns ocidentais se darem ao luxo de não comer carne, fiquei surpreendida quando vi que, se reduzíssemos o consumo, poderíamos estar a utilizar terreno para alimentar quem mais precisa. Ao invés disso, são criados hectares e hectares de cultivo de soja só para alimentar vacas.
Ok, e isto é tudo muito bonito, mas enfim, foda-se, é uma transição muito difícil. Quem sabe, um dia.
No entanto, a dada altura no documentário, há um senhor que diz que o leite de vaca é prejudicial à saúde (o que também já não era novo para mim, tenho amigas que já há muito tempo que me avisavam e eu assobiava para o lado) e tocou-me na ferida quando ele diz que as mulheres aparecem com nódulos no peito, e não sabem porquê, e vai-se a ver e é de todas a hormonas que estão no leite, que não são apropriadas ao consumo humano.
Pois bem, eu, que tenho um amiguinho a viver aqui numa das maminhas, fiquei a pensar. Assustei-me, confesso, e tomei a decisão de deixar de consumir leite de vaca. E já vou em 2 dias. Pontos acerca disto:
- é difícil tentar explicar a escolha à família, porque se tratam de gerações diferentes, habituadas a ouvir que o leite faz bem, cálcio e não sei quê, mesmo quando lhes apresento artigos a falar disso, respondem-me a dizer que sou maluca e que aquilo é tudo tretas (não, não, treta é o que nos diz o anuncio da Mimosa);
- é difícil largar os lacticínios, e aqui falo de iogurtes (que por acaso também ainda não comi) e do queijo (que só consumo em certos pratos, tipo massas gratinadas e assim, ou requeijão);
- as alternativas ao leite de vaca são caras e, ao estar a defender uma causa sozinha, torna-se mais difícil tentar sustentá-la. Ah, mas o leite de soja já é quase do preço do leite normal. Sim, pois, está bem, foi logo o que eu pensei, mas já me avisou quem anda nestas andanças há mais tempo do que eu que o leite de soja não é saudável. E se pesquisarmos, facilmente encontramos as razões. Quase toda a soja consumida actualmente é transgénica e o leite de soja é soja processada. Portanto não é bom. Restam-me como alternativas o leite de amêndoa, arroz, aveia ou côco.
E pronto, é aqui que eu agora estou. Há dois dias sem beber leite de vaca, mas com as alternativas muito ao fundo do túnel. Estou seriamente a pensar em comprar um pacote de um dos leites alternativos para ver se gosto e, se gostar, começo a fazer em casa. Sim, fazer, porque qualquer um desses leites é tão fácil de fazer que chega a ser ridículo o preço que pedem por pacote. É basicamente juntar num liquidificador o que queremos (o arroz ou as amêndoas, etc.) com água. E pronto, já está. Só isto.
É uma complicação, é o que vos digo, aos meus dois leitores que vão chegar até mim por mero acaso.
Um bem-haja, espero voltar aqui em breve com mais notícias acerca disto.

1 comentário:

  1. Pois a tua motivação tem de ser muito mais forte, o Cowspiracy não é de todo suficiente para teres força para mudares a tua mentalidade e os teus hábitos.

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