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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Mudar de opinião: é possível, é bom e recomenda-se

Graças a uma aplicação muito divertida que instalei já há algum tempo no meu telefone (Timehop), consigo, graças à sincronização com as várias redes sociais, aceder a coisas que disse no passado. Ora, como sempre fui muito activa no Twitter, é daí que recebo mais "memórias" e aqui há dias recebi umas que quase me fizeram ir esconder de vergonha...
Pois bem acontece que, há cerca de três ou quatro anos, do alto da minha chico-espertice típica dos 16 anos, escrevi uns tweets bastante maldosos sobre o vegetarianismo. Que era parvo, que havia gente a morrer à fome e aqui pessoas preocupadas com os animais, coisas deste género. Até mandei um bitaite sobre o leite, coisa que dispensei da minha alimentação quase há um ano!
O que venho aqui dizer hoje é que, graças à maturidade ganha ou até a um abrir de olhos que recebi do meu curso*, actualmente aprecio muito as dietas vegetarianas e vegan, bem como louvo quem segue esse estilo de vida ou faz por isso. Até consigo facilmente imaginar-me a tornar-me vegetariana aquando da minha independência (com alguns limites e regras próprias, quem sabe a explorar num outro post).
Desta conversa toda quero retirar duas conclusões: a primeira, mais óbvia, é que mudar de opinião, sobretudo para uma mais sensata, é possível. E bastante louvável. Informem-se, leiam e pensem por vós próprios. E não tenham medo de admitir que estavam errados, pois é sempre bom dar o braço a torcer e mostrar alguma humildade.
A segunda conclusão prende-se com o tema que me fazia ter opiniões tão más. A verdade, e vou dizê-lo sem rodeios, é que os vegetarianos conseguem ser muito chatos na sua luta. Em vez de conseguirem alertar mais pessoas para a causa, acabam por afastá-las graças aos fundamentalismos que alguns seguem. (Uns toques na estratégia de comunicação podiam ajudar, mas é melhor não ser acusada de puxar a brasa à minha sardinha...) Francamente, o argumento que me fez mudar de opinião foi o que defende que produtos de origem animal conseguem ser muito prejudiciais à saúde humana. Depois, se pensarmos, claro que é assustador pensar que transformámos os pobres bichos em peças industriais que apenas servem para nascer + engordar + matar + comer. Por último, o documentário Cowspiracy fez com que eu deixasse de ver o vegetarianismo com maus olhos de vez: lembra-me do tal pensamento "pessoas a morrer à fome, e estes aqui a recusar carne"? Questões político-geográficas à parte, a verdade é que se fossemos todos vegetarianos, haveria muitos mais recursos para todos, já que a maior parte dos campos agrícolas é usada para produzir alimento para os animais que servem apenas de refeição aos ocidentais. Dá que pensar, não dá?
Moral da história: todos temos direito à mudança de opinião. E ainda bem! Também quero saber: houve alguma situação em que tenham sido casmurros e, mais tarde, reconheceram que estavam errados? Contem-me tudo!

*Aprendi, logo no primeiro semestre, que não se deve menosprezar nenhum assunto nem ninguém. Bem como devemos aprender o máximo de coisas possível sobre algo antes de falar sobre isso. E isto mudou a minha perspectiva sobre muitas coisas.

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