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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Pedro Arroja, até o punha a vender mas ninguém iria comprar

Ontem, no meio do rebuliço político que se viveu em Portugal (vitória!!! Vitória!!!) saltou esta notícia, deste senhor que afirma, sobre as mulheres do Bloco de Esquerda, que estas são umas "enganiçadas" e que não "as queria nem dadas". E como isto me ferveu tanto, eu não vou conseguir articular nenhum texto de jeito, pelo que vou deixar por tópicos:

  • O senhor não falou dos deputados do Bloco de Esquerda. Nem dos homens do Bloco de Esquerda. Fez questão de frisar que se tratavam das "meninas do BE no Parlamento";
  • Ainda bem que não as quer nem dadas, também não me lembro de elas estarem à venda;
  • Segundo o senhor, imagine-se o escândalo, o horror, chegar a casa e a sua esposa bloquista estar contra o marido. Jesus, senhores, acudam;
  • Temas como o aborto, o casamento gay e a adopção por parte de casais homossexuais são temas fracturantes que dividem a sociedade e não devem ser discutidos nunca. Muito menos por mulheres;
  • É bom saber que, em 2015, quando uma mulher defende os seus ideais, é uma "esganiçada"*;
Entretanto, saiu uma crónica brilhante da Paula Cosme Pinto sobre este tema. E deixo este último destaque para que todas e todos não se esqueçam:
"Ofender desta forma assumidamente discriminatória as mulheres de um determinado partido, é ofender todas as mulheres portuguesas. Sejam elas profissionais da política ou não, de esquerda ou de direita."


*Isto remete-me sempre para a eterna dualidade de critérios que recentemente veio à baila, por alturas do escândalo do programa Barca do Inferno: homens a discutir em televisão estão num debate fervoroso; mulheres a discutir em televisão são galinhas.

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