Ontem, no meio do rebuliço político que se viveu em Portugal (vitória!!! Vitória!!!) saltou esta notícia, deste senhor que afirma, sobre as mulheres do Bloco de Esquerda, que estas são umas "enganiçadas" e que não "as queria nem dadas". E como isto me ferveu tanto, eu não vou conseguir articular nenhum texto de jeito, pelo que vou deixar por tópicos:
- O senhor não falou dos deputados do Bloco de Esquerda. Nem dos homens do Bloco de Esquerda. Fez questão de frisar que se tratavam das "meninas do BE no Parlamento";
- Ainda bem que não as quer nem dadas, também não me lembro de elas estarem à venda;
- Segundo o senhor, imagine-se o escândalo, o horror, chegar a casa e a sua esposa bloquista estar contra o marido. Jesus, senhores, acudam;
- Temas como o aborto, o casamento gay e a adopção por parte de casais homossexuais são temas fracturantes que dividem a sociedade e não devem ser discutidos nunca. Muito menos por mulheres;
- É bom saber que, em 2015, quando uma mulher defende os seus ideais, é uma "esganiçada"*;
Entretanto, saiu uma crónica brilhante da Paula Cosme Pinto sobre este tema. E deixo este último destaque para que todas e todos não se esqueçam:
"Ofender desta forma assumidamente discriminatória as mulheres de um determinado partido, é ofender todas as mulheres portuguesas. Sejam elas profissionais da política ou não, de esquerda ou de direita."
*Isto remete-me sempre para a eterna dualidade de critérios que recentemente veio à baila, por alturas do escândalo do programa Barca do Inferno: homens a discutir em televisão estão num debate fervoroso; mulheres a discutir em televisão são galinhas.
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