[nota prévia: não entrava neste blog desde Janeiro. Ao mesmo tempo que me apetece imenso escrever e até tenho ideias para publicações, já não me sinto em casa aqui. Apetece-me mudar o nome disto, mudar o layout, não sei... Por enquanto, vamos ver se consigo alimentar um bocadinho aqui o espaço e talvez ganhar uns seguidores, nem que venham cá parar ao engano. Raios partam, uma pessoa quer ter leitores, se fosse para escrever para mim, escrevia no diário, não é? Isto que vão ler foi uma ideia que tive hoje, quando saí do trabalho. É pura incontinência escrita porque a minha cabeça está a mil e não sei mais lidar com isto. É uma espécie de Ar Livre, do Salvador Martinha, mas em escrito. Vou tentar que seja o mais cru possível, mas claro que terá edição antes de ser publicado. O espectáculo segue dentro de momentos.]
Hoje é quarta feira, portanto é o meio da semana de trabalho. Quando saí do escritório achei que seria interessante obrigar-me a um exercício em que escreveria umas palavras à quarta-feira, como espécie de reflexão semanal sobre algo que me apeteça falar. Não sei explicar mas a minha cabeça anda sempre a mil, estou sempre com grandes debates interiores e, por vezes, penso que fico até desgastada de pensar em tanta tralha. É por isto que quero começar este exercício. O ideal será andar sempre com um bloco de notas e ir anotando os meus pensamentos a cru, mas como quis começar hoje, tem mesmo de ser nas notas do telefone.
Eu hoje queria mesmo era escrever sobre o meu amigo imaginário*. Isto a propósito da minha sobrinha, que vai a meio dos seus 13 anos e está agora a descobrir que adora a cidade de Nova Iorque. Também foi nessa idade que eu descobri o mesmo. E foi com 14 que conheci o meu amigo imaginário. E com 14/15/16 que pensava mesmo que íamos os dois para essa cidade, partilhar casa e trabalhar lá. Na série House of Cards há uma cena em que o Doug está no seu grupo de AA e diz que o problema dele é uma pessoa que nem está no centro da sua vida, está nas arestas e que isso torna tudo mais confuso. O meu amigo imaginário também está nas arestas da minha vida. Falamos quase todas as semanas, mas não o vejo há mais de um ano. O que torna tudo mais confuso, tal como concluiu o Doug. À medida que vejo a minha sobrinha entrar nos 14 só consigo pensar: será que ela vai encontrar o amigo imaginário dela? Será que vai ser inocente como eu? Será que vai alimentar uma amizade de anos sem saber o rumo daquilo? Eu própria gostava de ter um sneak peak do futuro próximo: vamos ver-nos mais ou vai continuar a ser uma coisa mais virtual? Não sei, é estranho pensar neste tema. O problema maior é que aconteceu tudo com grande naturalidade, mas a verdade é que não conheço ninguém com uma amizade nestes moldes. Ok, a verdade é que eu também não conheço toda a gente do mundo... somos 7 biliões no mundo, se há coisa que não somos de certeza é únicos. Seja em problemas, em simetria de relações humanas, ou em problemas com dispositivos electrónicos. A sério, alguma vez vos aconteceu alguma coisa no computador ou no smartphone? Pesquisem. Por mais estúpido que seja. Alguém já passou por isso. Aprendam que comic reliefs e humor auto-depreciativo são a minha maneira de fugir aos temas quando estes começam a ser complicados para mim.
Pois bem, nem sei se hei-de publicar isto algures ou não, mas gostei muito deste bocadinho. Cada vez me convenço mais que a escrita é a minha forma de meditação. Obrigada se chegaram até aqui, e um abraço. Até.
*Referência ao Amigo Imaginário da Capicua.
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